Ano I Número 9 - Setembro 2009
Poesia - Dorival Fontana
Poesia - Dorival Fontana
Salvador Dali, Le sommeil, 1937
Nariz
Bizarro animal.
Monstro obsceno.
Insólito mortal.
Afilado extremo.
Apure o odor.
Refine o ar.
Surpreenda a presa,
Fareje.
Balão de hidrogênio.
Invasor de ambiente.
Terceiro membro
Imponente.
Aquilino, protuberante.
Gigante sobressalente.
Fenômeno congênito,
Cata-vento portento.
Sempre à frente,
Respire e vente;
Roube o ar sem licença.
Meta-se onde
Não é chamado,
Pentelho Inconseqüente.
O mundo é seu,
Nariz de carreira,
Consuma todo o oxigênio.
Cheire, cheire...